Sobre o amor 2
É o fim do amor?
Amor
Amar é algo sublime, muitos o vivenciam cedo e outros tardiamente mas um verdadeiro sentimento compartilhado é doce e marca uma vida.
Mas, e quando ele acaba?
Muitas vezes um dos lados ainda ama e é obrigado a desistir, e ainda que hajam feridas, há um culpado?
A dor de uma separação é intensa, e altera um mundo de fato.
As duas partes levarão marcas.
O fim.
Ás vezes pensamos que é o fim.
As vezes não imaginamos nossa vida sem a outra pessoa e também sofremos muito pelo apego e estima criados e temos dificuldade em seguir pois a ausência é algo excruciante e doloroso.
Mas algo sempre foge a nós mesmos, pois ao se ter um coração partido não é possível enxergar além dele, mas há mais, muito mais, há infinitos universos, inclusive o universo do outro que coexiste e independe do nosso.
Até que ponto gostamos de alguém para querermos viver por ele?
Até que ponto estimamos o outro para fazer tudo só por ele?
E o mais importante: até que ponto nós amamos e respeitamos a nós mesmos, para muitas vezes priorizarmos unicamente a outra pessoa.
Ai está a chave.
O que é o amor.
O amor de verdade acrescenta, trás cor, ritmo, e alegria mas não é perfeito.
Nada que começa duvidoso, ilusório ou cor de rosa pode ser saudável.
Não vivemos um filme de romance, e toda fantasia tende a desmoronar.
O amor real não é cinematográfico, tão pouco protegido por uma capa ou construído em ideais inexistentes.
Um amor verdadeiro começa quando sabemos nos amar e cuidar de si, e desse sentimento percebemos que podemos fazer o mesmo a outro alguém para assim multiplicarmos nosso prazer e agregarmos companhia e bem estar.
Mas a vida, nossa existência, alegria, satisfação jamais deve depender de quem amamos, da mesma forma que vivemos toda uma vida sem aquela pessoa até conhece-la, e sobrevivemos, temos de aprender a se preparar para que se no futuro essa relação não durar, ainda que doa, não nos destruamos por causa de um outro ser.
Você se ama o bastante para saber amar ao outro sem visar somente a sua vontade ?
Até que ponto você tem empatia ou tenta compreender o mundo do outro sem imposições, e aceita as escolhas alheias ainda que essas mesmas escolhas não te incluam?
Até que ponto seu sentimento é altruísta?
Amar de verdade nem sempre significa que seu mundo será ao lado de quem se ama.
Amar um alguém implica entender que nada é eterno, e que talvez devamos aceitar que os caminhos se deslacem e esse sentimento um dia deixe de ser recíproco, pois há infinitas possibilidades.
Se você ama, e se importa com uma outra pessoa ferir jamais fará sentido ainda que você esteja ferido.
Amor jamais destrói e não é negativo, mas visa o bem e deseja o melhor ao outro sem mágoa, ainda que a distância.
Tudo que foge a isso não pode ser considerado amor, e sim carência, dependência, obsessão, paixão, necessidade, ou desejo.
Não confunda amor com egoísmo ou posse.
Ame a si para ser amado
A chave para amar e ser amado é se amar.
Se você mal se suporta porque uma outra pessoa teria que te suportar?
Se você não é uma boa companhia para si mesmo porque o seria para uma outra pessoa?
Se mal consegue estar sozinho, conviver consigo mesmo, como espera que mais alguém queira isso?
Se não consegue convencer a si mesmo de seu valor e do quanto merece ser amado, como espera que outra pessoa se convença?
Pense, não é preciso muito.
Aquilo que é positivo é sempre mais atrativo.
O que mantém um amor
Não existe uma fórmula para o amor correspondido e a reciprocidade.
Desde que o mundo é mundo no amor, e em tantas outras coisas viver é um tiro no escuro e não há como mudar isso, cada escolha implica um risco, e cada atitude uma responsabilidade que gera uma consequência, isso é a natureza da vida.
Um amor não se compra, nem se doa, se for pra ser ele responde naturalmente com esse mesmo amor. Ninguém pode obrigar ou colocar no outro a responsabilidade afetiva sobre si.
No entanto para se cultivar uma relação sadia e positiva são necessárias muitas coisas na construção desse ideal, e a mais importante delas é a confiança.
Quem semeia vento não vai colher calmaria.
Sinceridade é a chave.
Eterno?
Dizem que amor verdadeiro só se sente uma vez, mas a verdade é que se há amor de verdade ele pode adormecer, renascer, mudar, e bater na porta mais de uma vez.
E um novo amor jamais deve pagar o preço por um amor do passado.
Cada novo parágrafo que se inicia só irá pra frente se paramos de ler o anterior.
Na verdade eterno somos nós enquanto vivemos esse sentimento e somente a nós cabe cultiva-lo, ou o amor pode vir a fenecer por motivos diversos, mas nem por isso ele deixa de ter sido amor.
Até um grande e belo jardim morre se não regado; e se não construído em solo fértil e sólido suas bases serão fracas.Não há amor que sobreviva a agruras constantes, não há amor que sobreviva ao egoísmo, a mentiras e decepções.
Siga e renasça por você.
Ao invés de apenas se lamentar por um romance que se acabou, pense no quanto suas atitudes pesaram para esse fim.
Ao invés de sofrer egoístamente, culpar o outro, ou impedir que ele siga por sua felicidade, conclua se você significa a felicidade para ele.
Ao invés de ferir ou questionar a escolha de quem decidiu ir, pense no que você fez para seguir a sua.
Se o fim foi de tormenta, qual a responsabilidade que você teve na tempestade que vivenciou?
Ao invés de viver de passado, siga e reflita; pois tudo tem um porquê, e se o seu hoje é dessa forma isso se deve a decisões de outrora.
O amanhã novamente pertence a você.
Você vai viver por você, e florescer ou vai se fechar em acidez culpando a vida por suas próprias escolhas?
Você é uma pessoa que valeria a pena pra você?Você é alguém que você gostaria de manter por perto?
Você diria a verdade pra você se fosse outra pessoa?
Você se pôs no lugar do outro?
A cada um cabe a tarefa da própria evolução, e o trabalho de buscar a felicidade e ninguém jamais terá a responsabilidade por seu bem estar e nem tem que levar o peso de te completar.
As pessoas são confusas, ninguém é perfeito e se machucar faz parte do processo. Se o melhor do outro não lhe serviu não há o que fazer a não ser aceitar que cada um dá o que tem, mas só você pode escolher como vai lidar com isso: se vai transformar a dor em amargura e ressentimento, ou se vai seguir levando as lembranças, a gratidão pelos momentos vividos e o aprendizado pelo restante.
Não somos metades, somos inteiros para acrescentar na vida de alguém e não temos o dever de buscar no outro uma chance de preencher um vazio que nós mesmos não fomos capazes de curar.
E se o fim chegou, e o outro se foi, a partida não significa necessariamente um abandono, nosso destino é uma trilha individual, simplesmente não pode mais ficar quem não tem mais motivo para ficar.
Se o outro precisou ir não o culpe por seguir adiante.
Nessa vida muitas vezes seremos a viagem de alguém, mas nem sempre o destino.
O fim de um ciclo não significa o fim de uma vida, e como lidar com ele da melhor forma só depende de nós.
Desejar vingança, querer o mal do outro unicamente porque não usufruímos mais de seu amor, significa que não nos importamos com o outro, apenas com a própria dor.
De nada vai adiantar nem contribuir se lamentar ou se colocar como a vítima da situação.
No amor não há bandidos e mocinhos, há duas pessoas humanas que decidem ficar juntas com suas qualidades e limitações, que podem vir a dar certo ou não, e isso faz parte da vida, não há culpados ou mártires, apenas a vida com seus altos e baixos e as consequências das decisões tomadas ao longo do caminho.
Onde há amor de verdade não há espaço para o egoísmo, o livre arbítrio do outro não nos pertence, e é preciso maturidade para compreender.
Não carregue a negatividade do fim consigo pois você corre o risco de deixar de viver o presente se envenenando pelo passado e isso é em vão.
O bem que você pode sentir e usufruir só você poderá fazer por si mesmo.
No entanto, se permitir superar o fim de algo requer inteligência emocional.
Aceitar o fim de um ciclo é saber viver.
Seja a mudança que você quer ver na sua vida.
Quando você muda seu mundo se transforma, unicamente porque com uma nova visão novas perspectivas se formarão, e você jamais poderia te-las enxergado se continuasse no ontem.
Nenhum amor por melhor que seja será capaz de te mudar a não ser que você mesmo faça isso porque o poder é unicamente seu.
Ninguém tem culpa do Karma alheio, e crescer é saber admitir isso sem se lamentar ou lançar ao outro a carga de não ter te feito feliz, pois se você não o é sozinho, não será a dois e não saberá acrescentar na felicidade de outro enquanto não resolver por si só o que bloqueia sua plenitude.
Helena Dalillah
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