quarta-feira, 29 de agosto de 2018

A busca pela perfeição



A busca pela perfeição 







Só o que se comenta na mídia é o caso do Dr. Bumbum em que recentemente uma bancária morreu após procedimento estético no Rio.
Diante dessa que é apenas mais uma de inúmeras fatalidades similares, o Mundo de Helena vem chamar sua atenção para uma realidade de nossos dias.







É duro se viver hoje em dia numa era virtual, uma era cercada de modernidade: a era da selfie.
Eu diria mais: é duro ser mulher nessa atual era regida pela superficialidade.
Vivemos numa sociedade onde a ditadura da beleza é uma constante, e essa imposição estabelecida pela grande mídia é inatingível e vendida como algo comum; e o mais perigoso: como sendo natural impondo a magreza, o corpo sarado, lábios carnudos, olhos expressivos, rosto fino, e uma pele e cabelos perfeitos como padrões de beleza fazendo assim com que muitas mulheres busquem se identificar, e ainda pior sejam levadas a seguir a qualquer custo, como se fosse essa a única forma aceitável de beleza.






Isso representa uma visão subjetiva, que pode induzir a distúrbios psicológicos graves incluindo transtornos alimentares.
Os homens não estão isentos de serem atingidos, porém o público feminino é o alvo principal da mídia, visto que a moda, as redes sociais em geral, tv, revistas, e novelas estão sempre mostrando, e exibindo a perfeição feminina, ou seja: impondo e enaltecendo uma certa "beleza padrão" como algo indispensável e obrigatório a todas as mulheres.
A mulher se torna um objeto, que além de ter obrigações na sociedade, com a família, e o trabalho,
ainda tem o fardo de ter que ser perfeita para ser desejada como mulher.
Quando uma mulher morre vítima de alguma complicação de uma cirurgia invasiva ou procedimento, a sociedade abismada julga e questiona o excesso, mas na hora de admirar e vender tal beleza  estão todos cultuando esse ideal.
A mesma plateia que aplaude e venera um corpo perfeito é aquela que condena a mulher por buscar esse corpo perfeito.






Uma mulher que está lutando contra a balança e tentando manter uma boa dieta vê as protagonistas das séries que assiste fumando, bebendo refrigerante e sempre comendo o que querem mas são incondicionalmente belas e magras e se sente frustrada ao se comparar com a suposta forma perfeita das atrizes, cuja realidade obviamente não é a aquela da ficção para terem o corpo que exibem.
Uma adolescente insegura vê seu ideal de beleza numa cabeleira longa claríssima e volumosa e logo descolore o próprio cabelo para seguir esse padrão, sem concluir que o cabelo que vê na tv não é necessariamente natural e obviamente não obtém o resultado desejado como também tem prejuízos. Esses são alguns de inúmeros exemplos.






A necessidade por esse ideal perfeito cresce cada vez mais junto do culto ao corpo, e muitas mulheres consideradas " musas fitness" da era virtual ganham cada vez mais seguidores, que em sua maioria não se questionam qual o padrão de vida das mesmas, o que elas fizeram e fazem para obter o corpo que mostram, se elas são formadas em educação física e nutrição para aconselharem sobre exercícios e alimentação, e o pior: essa procura se torna exagerada, e prejudicial à auto estima de muitas mulheres que não possuem discernimento quanto ao que é saudável e ao que é inapropriado.
É muito fácil acompanhar o feed de uma estrela supostamente perfeita e criar o ideal de que a vida dela é invejável, 100% saudável, e sem defeitos quando na realidade só vemos aquilo que é mostrado. Até onde o status da internet reproduz o real ?
Nada nunca será perfeito unicamente porque perfeição é algo irreal, para todas as pessoas.
No Brasil, foi fabricado um ideal de beleza jovem e escultural. Por isso, muitas mulheres acabam praticando exercícios em excesso, que associados a falta de alimentos são capazes de produzir doenças como anorexia, bulimia e vigorexia, levando a exaustão física e psicológica.
Até por meio de cirurgias estéticas a busca pelo corpo perfeito nunca tem fim, levando muitas a morte ou sequelas irreversíveis por complicações decorrentes.





Como uma mulher comum de classe média/baixa, trabalhadora ou estudante, que batalha para sobreviver vai se se sentir bem consigo mesma numa sociedade opressora que lhe deu uma auto estima lesada e a incrimina apenas por ser mulher?
Como essa mesma mulher vai ligar a tv a noite e se deparar com um personagem magro, angelical, e exibido pra ser alguém o qual ela venha se identificar?
A resposta é de forma nenhuma.
Ela não só não irá se identificar nem um pouco, como vai querer ser/ ter tudo aquilo que a personagem de sua novela possui, e que é produzido para despertar o seu interesse atraindo -a para consumir cada vez mais algo que lhe prometa uma imagem perfeita, mas que não é nada mais do que um produto criado para lucrar.







Até que o próximo produto seja requisitado e vendido no mercado e assim o ciclo continua.
E quantas mulheres hoje ao verem tv, desfiles de moda, novelas, revistas, ou até uma rede social se sentem feias e inferiores ao se compararem com o padrão que é exibido todos os dias, a todo momento ?
E quantos homens objetificam as mulheres pela mesma imposição?
Quanto a mídia se aproveita dessa insegurança para propagar uma ideia de que o segredo da felicidade está unicamente na beleza física ?
E quantos profissionais não enriquecem alimentando isso nas pessoas que buscam cada vez mais procedimentos sem necessidade inclusive se expondo a riscos?
Deixando claro que auto estima, cuidado e vaidade é e sempre será importante para todas as pessoas, mas até onde isso deixa de ser um cuidado e começa a se tornar um problema?
O envelhecimento é um caminho inevitável e natural para todos os mortais, a beleza muda e os tempos também, e logo a moda e os padrões não serão mais os mesmos.
O quanto antes se entender que há um limite para o que se quer e o que se precisa, e que a beleza é uma questão relativa muitas pessoas continuarão nessa busca vazia e teremos idosos com mentes adolescentes, inseguros e infelizes com sua própria imagem.


Helena Dalillah








Você tem sua beleza porque você é você.
Não tem nada de errado nisso.
Viva a diversidade.







Não se compare.
Não se padronize. 
Seja você.








O Mundo de Helena em defesa da auto estima vem expor a imposição de padrões estéticos e desde já enaltecer a beleza de ser você mesmo.
Deixando claro que não somos contra a vaidade e nem o auto cuidado, isso é sempre será importante para a auto estima, mas se conscientizar quanto aos limites e as armadilhas de uma sociedade consumista é de extrema importância hoje, principalmente para que a juventude atual seja bem informada e construa uma auto imagem positiva e realista apesar do que a mídia mostra.






Seja feliz por ser você. Essa é a verdadeira beleza.





Se apaixone por sua existência. Qual o caminho para se amar verdadeiramente?
Amor próprio começa dentro de você e na forma em que se vê.
Bonito é ser você, buscar sua melhor versão e se aceitar, e tudo isso transparecerá para o externo, pois não há nada mais belo que alguém que ama a si mesmo.
Não há ninguém como você.
Você é único, é aí que está o seu valor.


Até a próxima.



Veja tambémMídia Social não é vida real







2 comentários:

  1. Oi flor, muito bom seu texto! Acabar com o capitalismo e a ditadura da beleza não vamos, mas é importante nos conscientizarmos do quanto essa ditadura é nociva e nos amarmos mais e ajudarmos quem sofre com isso, principalmente nossas manas! Faz bem fazer elogios sobre a beleza natural de nossas amigas, que elas não precisam sofrer para serem felizes e se sentirem bonitas!
    Outro dia vi um antes e depois de dois irmãos cientistas que fizeram trocentas plásticas e ficaram irreconhecíveis e horríveis! Essa busca pela perfeição para alguns se torna uma doença, é muito triste de ver. Que possamos ser livres disso e mais felizes!
    Beijos.

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