Menendez Brothers
Olá,
Depois de um longo recesso, o Mundo de Helena voltou.
Muito se fala sobre os irmãos Menendez após um movimento do Tik tok em 2021, e agora com o sucesso da série Monstros da plataforma de streaming Netflix.
Mas até onde a série conta a realidade?
Hoje vocês vão conhecer de fato:
O caso dos irmãos Menendez
Em 20 de agosto de 1989, José e Mary Louise Menendez foram mortos a tiros em sua mansão em Beverly Hills.
Quase sete anos, três julgamentos e milhares de horas de cobertura da imprensa depois, seus filhos, Lyle e Erik Menendez, foram considerados culpados de seus assassinatos e sentenciados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
O crime com assinatura de ódio, se tornou um dos casos mais famosos dos Estados Unidos no final do século XX, graças à uma mistura potente de drama familiar, conexões com Hollywood, testemunho dramático e a capacidade da TV a cabo de cobrir histórias assim por muitas horas.
Conforme os procedimentos judiciais se desenrolavam, não havia dúvidas de que Lyle e Erik
tinham matado seus pais. Por que eles o fizeram, no entanto, sua motivação, e detalhes já era uma outra história.
Irmãos Menendez
Joseph Lyle Menendez (Cidade de Nova Iorque, Nova York, 10 de janeiro de 1968) e Erik Galen Menendez (Blackwood, Nova Jérsei, 27 de novembro de 1970) são irmãos estadunidenses, que foram condenados pelo assassinato dos pais, José e Mary Louise Menéndez, (apelidada de kitty) cometido em 1989.
Durante o julgamento, eles afirmaram que cometeram os assassinatos, com medo de que seu pai os matasse depois que eles ameaçaram expô-lo por anos de abuso sexual, emocional e físico. Apesar da acusação de abuso, no entanto, a promotoria alegou que o crime foi cometido para que os irmãos recebessem a herança de 14 milhões de dólares.
Em 2017, Diane Vander Molen, uma prima dos irmãos, disse para a ABC: "Eu sei que eles nunca, jamais, teriam feito o que fizeram a menos que sentissem que não tinham escolha, que eram eles ou seus pais".
Ela havia testemunhado no tribunal e essa foi a sua primeira entrevista após a condenação dos Menendez.
Em abril de 2022 o El Comércio do Peru escreveu: "Sua imagem ainda está viva na mídia".
De volta as manchetes
Em 19 de setembro de 2024, o caso dos irmãos Menendez voltou às manchetes por causa de uma comoção no tik tok, seguido da segunda temporada da minissérie Monstros (Monsters: The Lyle and Erik Menendez Story), lançada pela Netfllix.
A atração atraiu muita audiência e provocou um debate sobre a popularidade de séries baseadas em crimes reais, relacionado se o telespectador que acompanha essas histórias é violento ou tem uma tendência a tolerar certas atitudes violentas.
Em outubro de 2024, foi anunciado na imprensa que os procuradores de Los Angeles vão recomendar a alteração da sentença proporcionando aos irmãos uma hipótese de liberdade após 34 anos de prisão. Os procuradores precisam, agora, da aprovação do tribunal para repetir o julgamento.
Contexto
O pai de Lyle e Erik, José Enrique Menéndez, havia nascido em 6 de maio de 1944, em Havana, Cuba, e aos 16 anos, logo após o início da Revolução Cubana, havia sido enviado aos Estados Unidos para morar com parentes. Estudou na Southern Illinois University, onde conheceu Mary Louise Andersen (Kitty) (nascida em 1949). Eles se casaram em 1963 e se mudaram para Nova York, onde José se formou em Contabilidade no Queens College.
O primeiro filho do casal, Joseph Lyle Menéndez, nasceu em 10 de janeiro de 1968. Kitty deixou seu emprego de professora depois que Lyle nasceu e a família se mudou para Nova Jersey, onde o segundo filho do casal, Erik Galen Menendez nasceu em 27 de novembro de 1970, em Gloucester Township. Em Nova Jersey, a família morava em Hopewell Township e ambos os irmãos frequentavam a Princeton Day School.
Em 1986, a carreira de José como executivo do setor musical, levou a família para Beverly Hills, Califórnia.
Ele foi o famoso Ceo da Rca Records, sendo responsável por bandas de sucesso como Duran Duran, Eurhytmics, Menudos, e muitas outras.
No ano seguinte, Erik começou a frequentar o ensino médio na Beverly Hills High, onde teve notas médias, mas mostrou ter talento para o tênis, ficando em 44º lugar nos Estados Unidos para jogadores menores de 18 anos.
A família foi algumas vezes tida como "feliz", mas a Newsweek reportou em 2017 que José também havia sido descrito como "um valentão mulherengo obcecado por sucesso" e que Kitty havia tentado o suicídio três vezes.
Antecedentes criminais
Os irmãos, apesar de serem ricos, ainda na adolescência passaram a roubar "por diversão", além de se envolverem em brigas e outras confusões, o que preocupava seus pais.
Lyle chegou a ser suspenso da Princeton Day School por plágio.
Na época, para não serem presos por roubo aceitaram um acordo, que incluía iniciar terapias com um psicólogo, e Lyle fazer trabalho comunitário.
O crime
Na noite de 20 de agosto de 1989, José e Kitty estavam vendo TV na sala de sua casa em Beverly Hills, quando Lyle e Erik entraram na sala carregando suas espingardas que haviam comprado alguns dias antes.
Eles balearam os pais diversas vezes, sendo que José levou um tiro na nuca que quase o decapitou, enquanto que os tiros que atingiram o rosto de Kitty, a deixaram irreconhecível.
"Nunca tinha visto nada tão brutal", disse o detetive Dan Stewart, que atendeu à ocorrência, numa entrevista em 1990.
Lyle então chamou a polícia, gritando: "alguém matou meus pais!". Quando os policiais chegaram, os irmãos disseram que os assassinatos haviam ocorrido enquanto eles estavam no cinema vendo Batman, e que depois eles teriam participado do festival anual Taste of LA no Santa Monica Civic Auditorium.
Lyle se mostrava visivelmente tenso porém calmo, e Erik em estado de choque gritando, e se atirando contra uma árvore.
Lyle tinha então 21 anos de idade e Erik, 18.
Investigações
Durante os estágios iniciais da investigação, a polícia tentou restringir a busca aos suspeitos que tinham motivos para matar o casal. Eles também investigaram possíveis mafiosos, já que os irmãos tinham dito que o crime estava relacionado à máfia.
À medida que a investigação prosseguiu, a polícia passou a desconfiar que os irmãos eram os autores, já que tinham motivos financeiros, pois estavam gastando dinheiro livremente após os assassinatos.
Nos meses após o crime, Lyle comprou um relógio Rolex, um Porsche Carrera, uma casa em West Windsor, Nova Jersey, e o Chuck's Spring Street Cafe, um restaurante em Princeton.
Já Erik contratou um treinador de tênis em tempo integral e competiu em uma série de torneios em Israel.
Eles acabaram deixando a mansão de Beverly Hills desocupada, pois decidiram morar em condomínios adjacentes na vizinha Marina del Rey. Eles também dirigiram por Los Angeles no Mercedes-Benz SL conversível de sua falecida mãe, jantaram em restaurantes caros e fizeram viagens para o Caribe e Londres. Acredita-se que eles tenham gasto cerca de 700 mil dólares no período entre os assassinatos e suas prisões.
Também foi presumido pela a polícia, por seu comportamento, que eles não se importavam com as mortes.
Testemunha chave
Meses depois, Erik acabou confessando o crime para seu psicólogo, Jerome Oziel, pois não conseguia lidar com a culpa, depressão e ideias suicidas que enfrentava após o ocorrido, Jerome no entanto não tinha éticas profissionais e gravava as sessões desde antes do ocorrido graças a um contrato assinado com o pai do Erik, na época em que as sessões de terapia começaram.
Oziel, no entanto, contou tudo para sua então namorada, Judalon Smyth, que depois de terminar o
relacionamento, revelou a história para a polícia, ao mesmo tempo em que acusou Oziel de vários outros abusos contra ela.
Prisão
Após o testemunho de Smyth, Lyle foi preso em 8 de março de 1990 e Erik se entregou três dias depois, após voltar de Israel.
Ambos foram detidos sem direito à fiança e separados um do outro porque os policiais temiam que eles pudessem planejar sua fuga, embora tal teoria nunca tenha sido provada.
Em agosto de 1990, o juiz James Albrecht decidiu que as fitas das conversas entre Erik e Oziel eram provas admissíveis, uma vez que Oziel afirmou que Lyle o havia ameaçado e, assim, violado a relação médico-paciente.
A defesa tentou apelar da decisão de Albrecht e o julgamento foi adiado por dois anos.
A Suprema Corte da Califórnia decidiu em agosto de 1992 que a maioria das fitas era admissível, exceto a fita em que Erik discutia os assassinatos, e com essa decisão, em dezembro de 1992 os irmãos foram formalmente acusados do assassinato de seus pais.
Julgamentos
Primeiro julgamento
O caso Menendez tornou-se uma sensação nacional quando a Court TV transmitiu o primeiro julgamento em julho de 1993.
Representados pela advogada Leslie Abramson, os irmãos declararam que foram levados ao assassinato por uma vida inteira de abusos nas mãos de seus pais, especialmente abuso sexual pelo pai, que foi descrito como um perfeccionista cruel e pedófilo. Enquanto isso, sua mãe foi descrita como uma viciada em drogas, alcoólatra, egoísta e mentalmente instável que encorajava o comportamento de seu marido e às vezes também era violenta com os filhos.
As alegações contra o casal foram apoiadas por familiares, com várias pessoas colaborando com os irmãos.
Em peso, para a surpresa de muitos, a maioria da família Menendez testemunhou a favor deles no tribunal.
Andy Cano primo dos irmãos, disse que quando criança, Erik lhe contou sobre o abuso sexual, que ambos descreveram como "massagens penianas".
Diane Vander Molen, outra prima dos irmãos, afirmou que uma vez contou a Kitty sobre o abuso sexual de Lyle por José, mas que Kitty havia dito que a história era falsa. Evidências físicas também foram fornecidas pela defesa, que incluiu fotografias da genitália de Lyle e Erik tiradas por seu pai quando os irmãos eram ainda crianças.
Em seus depoimentos, Lyle e Erik afirmaram que um dos abusos havia acontecido poucas semanas antes do crime, levando a vários confrontos familiares.
Eles também alegaram que seu pai sempre ameaçou matá-los, se eles não mantivessem segredo. Naquela época, os irmãos descobriram que seus pais estavam escondendo rifles em seus quartos, o que os levou a comprar suas próprias espingardas para se protegerem. O último confronto teria acontecido dentro de casa em 20 de agosto de 1989, pouco antes de Kitty e José serem mortos.
Os irmãos afirmaram que durante a briga, seu pai fechou a porta, o que era incomum.
Lyle enfrentara o pai especificamente ao descobrir que ele abusava de seu irmão Erik, que estava depressivo, e queria morrer por não ter sido permitido pelo pai deixar a casa para fazer a faculdade que queria num local mais distante.
Os dois irmãos até então não sabiam dos abusos um do outro, já que foram abusados respectivamente isolados, e forçados a manter em segredo um do outro pelo pai.
Nesse mesmo dia descobriram que a mãe era ciente e conivente com os abusos, e ela mesmo confessou que sempre soube e deu de ombros.
Após a discussão terminar violenta, e em tom ameaçador e dominador pelo pai, os irmão entraram em estado de pânico, nesse dia tinham certeza de seriam eles ou os pais.
Com medo de serem mortos, Lyle e Erik saíram de casa para carregar suas espingardas. Erik afirmou: "quando entrei na sala,
comecei a atirar."
A promotora Pamela Bozanich argumentou que não tinha havido abuso sexual "porque eles não têm o equipamento necessário para serem estuprados" e o promotor Lester Kuriyama sugeriu que Erik era homossexual e que o abuso sexual havia sido consensual.
Os promotores argumentaram que os assassinatos tinham sido motivados por ganho financeiro, já que a herança equivalia a uma fortuna de 14 milhões de dólares, embora para os garotos não faria diferença, pois meses antes de tudo o pai os ameaçou e afirmou que ambos seriam cortados do testamento.
O julgamento terminou sem que os jurados chegassem a um veredito e, como resultado, na verdade houve um impasse entre os homens e as mulheres do juri, o promotor público do condado de Los Angeles, Gil Garcetti, anulou o julgamento, e anunciou imediatamente que os irmãos seriam julgados novamente.
Segundo julgamento
O segundo julgamento foi um pouco menos divulgado, em parte porque o juiz Stanley Weisberg não permitiu câmeras no tribunal.
Durante o segundo julgamento, Weisberg também não permitiu muitos depoimentos de defesa sobre as alegações de abuso sexual e não permitiu que o júri votasse em homicídio culposo em vez de homicídio, manipulando completamente a maior parte da chance dos irmãos terem um direito a defesa.
Neste novo julgamento, os irmãos foram considerados culpados por duas acusações de assassinato em primeiro grau e de conspiração para cometer assassinato à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
O júri argumentou que o possível abuso não foi um fator levado em conta, mas que a decisão de não impor a pena de morte era porque ambos não tinham antecedentes criminais ou histórico de violência antes dos assassinatos. O júri também rejeitou a teoria da defesa de que os irmãos mataram seus pais por medo, apesar das evidências e depoimentos dos abusos.
Assim, em 2 de julho de 1996, o juiz Weisberg proferiu a sentença de condenação dos irmãos: prisão perpétua sem direito à liberdade condicional.
Prisão e Separação
Como em sua prisão preventiva, o Departamento Correcional da Califórnia separou os irmãos e os enviou para diferentes prisões, onde ficaram separados por mais de 20 anos.
Por serem considerados presos de segurança máxima, eles também foram separados dos demais detentos.
Eles permaneceram em prisões diferentes até fevereiro de 2018, quando Lyle foi transferido da Prisão Estadual de Mule Creek, no norte da Califórnia, para a Penitenciária Richard J. Donovan, no condado de San Diego, onde Erik cumpria pena e onde eles foram foram alojados em unidades separadas.
Em 4 de abril de 2018, Lyle foi transferido para a mesma unidade habitacional que Erik e eles se reuniram pela primeira vez desde que começaram a cumprir suas sentenças quase, 22 anos antes.
Segundo testemunhas, os irmãos começaram a chorar e se abraçaram em seu primeiro encontro na unidade habitacional, que é reservada aos internos que aceitam participar de programas de educação e reabilitação sem causar transtornos.
Apelações
Em 27 de fevereiro de 1998, o Tribunal de Apelação da Califórnia confirmou as condenações de assassinato dos irmãos e em 28 de maio de 1998 a Suprema Corte da Califórnia se recusou a revisar o caso. Ambos os irmãos entraram com pedidos de habeas corpus na Suprema Corte da Califórnia, que foram negados em 1999. Tendo esgotado seus recursos de apelação no tribunal
estadual, eles apresentaram pedidos de habeas corpus separados no Tribunal Distrital dos Estados Unidos.
Em 4 de março de 2003, um juiz magistrado recomendou o indeferimento das petições e o tribunal distrital adotou a recomendação. Eles então decidiram apelar ao Tribunal de Apelações dos Estados Unidos, mas em setembro de 2005 um painel de três juízes negou ambos os pedidos de habeas corpus, embora o juiz Alex Kozinski tenha declarado que o juiz Weisberg mudou muitas de suas decisões
durante os dois julgamentos.
Na cultura popular
Documentários, Filmes e séries
Em 2017, a HLN lançou a nova série How it Really Happened – with Hill Harper , com um episódio com a história dos irmãos Menendez.
O episódio é intitulado "The Menéndez Brothers: Murder in Beverly Hills", e termina com uma entrevista por telefone de Lyle da prisão com Chris Cuomo.
Em 2020, o BuzzFeed Unsolved apresentou os irmãos Menendez em um especial de um episódio intitulado "How They Were Caught: The Menendez Brothers".
Em 2021, os irmãos Menendez foram tema do especial 20/20 da ABC intitulado "Dentro do Movimento Menendez".
O especial apresentou a popularidade dos irmãos no aplicativo de mídia social de compartilhamento de vídeos TikTok e seu crescente número de apoiadores.
Em 2024, a Netflix lançou uma série em 9 episódios intitulada: Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais.
Ryan Murphy o seu criador relata a família disfuncional, porém com ares novelescos, com um Lyle histérico e um Erik homossexual, o que não corresponde aos fatos, colocando polêmica, e modificando alguns fatos, e caricaturando muito do que seria a realidade, a série é válida como entretenimento e as atuações são muito boas, destaque para Javier Bardem e Cooper Cooch, que é o ponto forte da série. O episódio que carrega a série nas costas sem dúvida é The Hurt man em que relata o depoimento de Erik em plano sequência numa atuação majestosa de Cooper, fato que foi elogiado inclusive pelo próprio Lyle Menendez, que conheceu o ator junto a Erik.
Monsters, como série ficcional, é bem produzida e prende, contudo para quem se interessa pelo caso real, recomendamos que veja antes a série Lei e ordem True Crime, que é muito mais fiel ao caso, e não descaracteriza a história dos dois.
Tv
Em 1993, o Saturday Night Live exibiu um esboço de comédia com o apresentador convidado John Malkovich , onde os irmãos Menendez culpam seus irmãos gêmeos idênticos pelo assassinato de seus pais. Um festival grotesco e cruel de humor de extremo mau gosto.
Em 2015, os irmãos Menendez são referenciados novamente na música de esboço "First Got Horny 2 U" de um episódio da 41ª temporada apresentado por Elizabeth Banks.
Em 2017, a NBC exibiu Law & Order: True Crime – The Menendez Murders.
Um especial de 8 episódios da franquia Law & Order, a série retrata os assassinatos, investigações, prisões e julgamentos detalhados dos irmãos Menendez. Em comparação com seus antecessores, a série retrata os irmãos com mais empatia, focando na defesa liderada pela advogada Leslie Abramson e nas alegações de abuso físico e sexual.
Lyle foi interpretado pelo ator Miles Gaston Villanueva, que recebeu uma indicação de Melhor Ator no 33º Imagen Awards, enquanto Erik foi interpretado pelo ator e cantor Gus Halper.
Sua estreia no Paley Center for Media contou com a presença da família e amigos de Lyle, que
elogiaram a representação dos irmãos na série. Em uma entrevista com Megyn Kelly Today após a estreia do primeiro episódio, Lyle revelou que a série foi "dolorosa de assistir", mas a representação dele por Villanueva é "surpreendentemente precisa", apesar dos produtores e do ator não serem capazes de se comunicar com ele.
Lyle inclusive elogiou o ator que fez seu irmão na série, e se emocionou por ele ser demasiado parecido com o Erik real, ele assistia a série para se lembrar do irmão, já que na época eles estavam em prisões separadas.
No Primetime Emmy Award de 2018, a série estreou com uma indicação para Melhor Atriz em Série Limitada, com Edie Falco indicada por sua interpretação de Abramson.
Curiosidades
Em 2016, os irmãos Menendez foram temas do podcast semanal 'true-crime' The Last Podcast on the Left .
Os irmãos Menendez são vistos no fundo do cartão de basquete Mark Jackson da NBA Hoops de 1990-1991, no qual o armador do New York Knicks é visto fazendo um passe. Em dezembro de 2018, o eBay começou a encerrar todos os leilões nos quais eles eram mencionados, mas alguns vendedores continuaram a vender o cartão, que passou, inclusive, a ser mais valorizado, segundo o Daily Mail.
José e Kitty estão enterrados no Cemitério de Princeton.
Atualmente, uma campanha ainda está em curso no Tik Tok pedindo que a pena dos irmãos seja revista.
Trabalhos e projetos na cadeia
Mesmo condenados a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional — algo que pode mudar —, os irmãos Menendez lançaram um projeto de revitalização na prisão onde estão detidos.
O projeto criado por eles é inspirado na abordagem norueguesa ao encarceramento — que crê que as prisões cercadas pela natureza ajudam a reintegração bem-sucedida dos presos na sociedade; incluindo aqueles que cometem crimes bárbaros.
Enquanto isso, eles seguem sendo prisioneiros modelo e se tornaram exemplo para melhorar a prisão de San Diego, onde vivem há seis anos.
Em 2018, Lyle Menendez lançou o programa de embelezamento, Green Space, na Richard J. Donovan Correctional Facility.
Seu irmão, Erik Menendez, é o pintor principal de um enorme mural que retrata marcos da cidade.
Erik ensina aulas de fala, meditação e faz belíssimas artes plásticas também.
Lyle se formou em Sociologia, e trabalha no apoio e reintegração de prisioneiros.
Torturas e fatos da convivência familiar
O Caso dos Irmãos Menendez, novo documentário da Netflix, traz novas revelações chocantes sobre a história dos irmãos.
Em uma das sequências mais impactantes, os irmãos detalham os abusos sexuais cometidos pelo pai.
Aviso aos sensíveis: O Trecho a seguir contém descrições fortes de abusos e violência.
Segundo Lyle Menendez, os abusos aconteceram entre os seus seis e oito anos: "Começou com massagem após os treinos de esportes.
"Nós tínhamos conversas em que ele me mostrava...
Ele me acariciava e me pedia pra fazer o mesmo com ele, então eu o tocava e depois nos despíamos. Ele me deixava de joelhos e guiava meus movimentos. Aí eu fazia sexo oral nele", relembra.
Questionado sobre outras formas de abusos, Lyle admite ter sido estuprado pelo pai, o que deixou em lágrimas, amedrontado e sangrando.
Ele ainda afirmou que contou à mãe, que se recusou a acreditar em sua palavra: "Ela disse que eu estava exagerando, que meu pai tinha que me castigar quando eu aprontava", completa.
Por conta de sua infância traumática, Lyle demorou a amadurecer, tinha muito apego por seus bichinhos de pelúcia, e inclusive os levava junto com ele para a escola.
Ele também perdeu o cabelo muito cedo por stress e logo passou a usar uma peruca em segredo, com o apoio de José.
José também constantemente tomava banho sozinho com os garotos.
Ele também gostava de mostrar vídeos pornográficos de violência e estupro para seus filhos, desde cedo.
José Menendez tinha um ritual na infância com os garotos, que consistia em inserir objetos para lhes infligir dor, com o argumento de que aquilo era amor e os fariam mais fortes.
Ele algumas vezes os fazia sob ameaça introduzirem os objetos neles mesmos, e se auto torturarem.
Haviam sessões de introdução de agulhas pelo pai, taxas, e outros objetos nas partes íntimas dos meninos.
Certa vez ele também esfaqueou Erik na perna.
Kitty Menendez também não era uma mãe carinhosa, apesar de Erik ser mais apegado a ela.
Quando José começou a trai-la tendo diversos casos, ela se tornou depressiva, obcecada, e dependente de medicamentos, tendo inúmeras crises de raiva, e depressão na frente dos garotos.
Certa vez ela também se cortou ameaçando se matar na frente dos filhos.
Muitas vezes ela batia nos filhos, outras vezes chorava pelo chão em crises violentas, e chegou a deixar cartas suicidas pela casa para que os filhos lessem.
Ela não tinha afeto pelos filhos, os via como adversários, e concorrentes com o próprio marido.
Lyle por conta dos abusos desde cedo teve problemas de incontinência, e fazia xixi na cama, e Kitty explodia a respeito, o castigava, muitas vezes esfregando seu rosto nos lençóis sujos, se recusando a trocar a cama, o fazendo dormir no chão ou até o obrigando a ficar trancado para fora, na sacada.
Ao discutir com o filho ela arrancou a peruca de Lyle na frente de Erik, que ficou em choque e assim teve coragem de finamente se abrir para o irmão e contar sobre os abusos do pai.
Em outro momento chocante, Lyle afirma que, por influência dos abusos cometidos por José Menendez, acabou molestando o irmão quando criança.
"Eu o levei pro mato e brinquei com o Erik daquela forma. Desculpa. Eu sinto muito", diz, emocionado.
Os pais de Lyle rejeitavam e ofendiam todas as suas namoradas, por afirmar que nenhuma era a altura da família o bastante, e que eram sujas, e interesseiras, uma delas fez um aborto a mando de José.
Quando crianças, após seu animal de estimação aparentemente falecer, os meninos encontraram a cabeça de seu cachorro, que fora decapitado, e deixada propositalmente por José no freezer para que eles vissem.
José também matou de pauladas um coelho de estimação que Lyle ganhou da escola.
Erik tinha problemas com aprendizado na escola, e dislexia, mas todos esses problemas eram negados pela mãe, quando questionada pela diretoria.
Erik Menendez também relatou os abusos cometidos pelo pai, que duraram muito mais tempo do que com Lyle, começando aos seis anos e se estendendo até os 18 anos, quando, então os jovens teriam resolvido matar os pais.
"Quando criança ele costumava entrar no meu quarto e me fazer tirar a cueca. Ele massageava meu órgão genital", detalha, confessando que no início em sua inocência não queria que os abusos parassem: "Porque era o único momento que eu podia passar com meu pai, e ele me tratava com amor e carinho".
Em todo o resto do tempo José era rígido, violento, abusivo, exigente ao extremo, dominador e torturador com ambos os filhos, porque segundo ele apenas com a dor e aprendendo a esconder seus sentimentos os garotos poderiam ser homens de verdade, e toda sua criação se baseou nisso.
José exigia com insultos, castigos, e humilhações, inclusive públicas, que eles fossem os melhores em tudo que fizessem e jamais demonstrassem fraquezas, enquanto que ele os infligia com requintes de crueldade desde cedo, sem oposição alguma da mãe.
Eles apanhavam muito, e muitas vezes em público, o que gerou divergência por parte de muitos familiares de José, inclusive um tio que passou a não frequentar mais a casa por constrangimento e discordar dele, ao ver como José repreendia e golpeava os garotos.
Erik também diz que, em certas ocasiões, o pai costumava introduzir objetos em seu ânus e chegou a ejacular em sua boca: "Ele me disse que queria que eu massageasse o pênis dele com a boca. Tive que fazer massagem nele de joelhos até ele começar a ter um orgasmo", conta.
"Eu ia me afastar, porque não sabia o que ia acontecer, já que eu estava de joelhos e não numa cama. E ele disse: 'Não, engula'. E segurou a minha cabeça."
Ele tinha alguns episódios de enjoos e vômitos por conta disso, que eram ignorados por sua mãe, e assim o garoto cresceu nesse ambiente de abuso e dor.
Os 'rituais' se repetiam sempre, a ponto de Erik sempre encher sua refeição de limão, e canela, pra amortecer sua língua, para que assim o gosto do sêmen de seu pai não ficasse em sua boca.
No documentário, Erik ainda revela que, ao negar ter relações com o pai em algum momento, José Menendez ficou furioso, pegou uma faca e o ameaçou de morte: "Ele colocou a mão na minha cabeça e a faca, no meu pescoço", relembra, dizendo ter acreditado quando o pai afirmou que ia matá-lo.
Lyle, no julgamento também afirmou que sua mãe Kitty o levava para sua cama a noite e abusava dele, o fazendo tocar seu corpo e lhe dar prazer, e quando ele passou a se recusar a fazer tal coisa, ela se virou contra ele, se tornando mais dominadora, e sempre contra suas namoradas chegando a monitorar seus passos.
No mais, a convivência com os tios, primos e parentes da família era próxima, e os irmãos tinham muito carinho por seus familiares.
Casamentos na prisão
Em 2 de julho de 1996, Lyle casou-se com Anna Eriksson em uma cerimônia com a presença de Abramson e sua tia Marta Menéndez, presidida pela juíza Nancy Brown. Eles se divorciaram em 1º de abril de 2001 depois que Eriksson descobriu que Lyle estava se correspondendo com outra mulher.
Em novembro de 2003, Lyle se casou com Rebecca Sneed em uma cerimônia em uma área de
visitação da Prisão Estadual de Mule Creek. Eles haviam se conhecido cerca de dez anos antes, o casamento durou até 2024.
Hoje Lyle se comprometeu com uma universitária britânica, chamada Milly.
Já Erik se casou em 12 de junho de 1999 com Tammi Ruth Saccoman na Folsom State Prison.
Tammi se tornou muito amiga de Erik, por ter uma historia também trágica e marcada pelo abuso de sua filha pelo pai, que falecera.
E assim se aproximaram cada vez mais.
Tammi declarou mais tarde:
"Nosso bolo de casamento era um Twinkie. Improvisamos. Foi uma cerimônia maravilhosa até que eu tive que sair. Foi uma noite muito solitária". Ela também descreveu seu relacionamento com Erik como "Algo que eu sonhei por muito tempo. E é apenas algo muito especial que eu nunca pensei que teria".
Em 2005, Tammi publicou um livro intitulado They Said We'd Never Make It - My Life com Erik Menéndez, (Minha vida com Erik Menendez) mas ela disse no Larry King Live da CNN que Erik também "fez muitas edições no livro".
Presos em pena perpétua nos Estados Unidos não tem direitos a visitas íntimas conjugais.
Numa entrevista à revista People ela afirmou: "Não fazer sexo na minha vida é difícil, mas não é um problema para mim.
Eu tenho que estar emocionalmente ligada e estou emocionalmente ligada a Erik. Minha família não entende.
Quando começou a ficar sério, alguns deles simplesmente levantaram as mãos".
Tammi também afirmou que ela e sua filha dirigem 150 milhas (240 km) todo fim de semana para visitar Erik e que sua filha se refere a ele como seu "Pai da Terra".
Apesar de sua sentença de prisão perpétua, Erik afirmou: "Tammi é o que me faz passar por isto. Eu não consigo pensar na sentença. Quando eu o faço, eu faço isso com uma grande tristeza e um medo primitivo. Eu começo a suar frio. É tão assustador e eu simplesmente não cheguei a um acordo com isso."
Presente
A família de Erik e Lyle Menendez se reune com o promotor público do Condado de Los Angeles nesta sexta-feira, 3 de janeiro, na tentativa de pleitear uma redução de sentença para os irmãos, que cumprem prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
Mais de 20 familiares planejam se encontrar com o promotor Nathan Hochman para expressar apoio a um processo de reavaliação da sentença, argumentando que os irmãos enfrentaram anos de abuso e trauma e apresentaram recuperação exemplar ao longo das últimas três décadas.
Famosa pintura de Erik Menendez:
Novas evidências fortalecem o pedido de revisão
Em 2024, uma carta escrita por Erik Menendez em 1988 emergiu como peça-chave para a reabertura do caso.
No documento, Erik relatava abusos sofridos pelo pai, corroborando relatos apresentados durante os julgamentos. Além disso, depoimentos de antigos integrantes da banda Menudo sugerem que José Menendez, que também era executivo do entretenimento, tinha um histórico de comportamento abusivo.
Menudos+Menendez
Roy Rossello, membro dos Menudos acusa Edgardo Diaz, empresário da banda de abusos fisicos e sexuais após o fim da banda, e entre o caso, ressurge o relato do abuso cometido a Roy por José Menendez na época. O silêncio finalmente é quebrado, e surgem novas evidências.
Essas novas evidências fortaleceram os argumentos da defesa, que alega que o contexto de abuso foi subestimado na sentença original. Segundo especialistas jurídicos, a reclassificação do crime poderia ocorrer, considerando o impacto psicológico dos abusos sobre os irmãos.
Um documentario da Peacock intitulado Menudos+ Menendez Boys Betrayed, trás todo o drama vivido pelo ex menudo nas mãos do empresário do Menudos e do produtor José Menendez, e trás mais luz no caso que estava silenciado por tantos anos.
Impacto na mídia e cultura popular
O caso Menendez recebeu ampla atenção da mídia nos anos 1990 e continua sendo tema de interesse público. Em 2024, documentários, e séries como “Monstros: A História de Lyle e Erik Menendez” reacenderam o debate sobre os detalhes do crime e as circunstâncias que o cercaram. Esses programas não apenas relataram os eventos, mas também exploraram as possíveis motivações dos irmãos e a alegação de abuso.
Nas redes sociais, campanhas organizadas por apoiadores dos Menendez impulsionaram hashtags pedindo justiça e revisão das sentenças. Essas campanhas mobilizaram milhares de pessoas, -eu sou uma delas-, ampliando a discussão sobre reabilitação, trauma e o papel da justiça na proteção de indivíduos vulneráveis.
Liberdade para os irmãos Menendez
"Eles sofreram tanto e tinham tanto medo do poder do pai que a única saída que viram foi aquela; num momento de ruptura total; quando em suas mentes fragilizadas e infantilizadas pelo abuso havia uma escolha só: eles ou os pais.
E de fato havia abuso psicólogo o bastante para que acreditassem em tal. Alguns parentes que souberam de parte do que havia jamais os defenderam desde muito crianças, pois não tinham a capacidade de bater de frente com um homem poderoso como José.
E havia a vergonha e a honra da família que era uma questão pesada para os irmãos, um fardo que eles guardaram por anos por imposição e medo.
Minha conexão com eles é muito maior que simplesmente por empatia, porque numa fase da minha vida, eu também fui uma dessas crianças.
Eles já sofreram o bastante, devem ser soltos e ter uma chance de viver dignamente, já que a infância e parte da adolescência foi totalmente roubada, vivendo em terror e sem o afeto saudável que qualquer homem precisaria para ter um desenvolvimento mental normal.
Homens também sofrem abuso sexual e também precisam de ajuda, e isso não os torna menos homens.
Fora o medo e a vergonha que existem nesse tabu, mesmo hoje. Imagina nos anos 80.
É hediondo, inimaginável e horrendo o que esses rapazes passaram na mão desses abusadores, como José, e como vitima de abuso silenciada na infância tenho propriedade para falar que a inocência, o receio, a dor, e diversos fatores nos impedem de denunciar, uma criança não sabe o que é um abuso, ela não entende, e na maioria das vezes é ensinada a normalizar.
Sinto muito pelos irmãos e por Roy Rossello e meu coração se parte toda vez que penso em tudo que eles passaram.
Liberdade para os irmãos Menendez."
Helena Dalillah
Uma nova audiência está agendada para 30/31 de janeiro.
Após os incêndios em Los Angeles foi novamente adiada para 20 e 21 de março.
Vamos ter novidades em breve, não deixem de acompanhar.
O Mundo de Helena fará questão de atualizar para vocês.
Junte se a nós
#Freethemenendezbrothers
#justiceforlyleanderik
#justiceforRoyRossello
Por Helena Dalillah
A jornalista investigativa, especialista em crimes cibernéticos, Carla Alburquerque falando detalhadamente sobre o caso:
Até a próxima.
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